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7 de maio de 2021

A importância do faz de conta dentro das brincadeiras infantis

A criança começa a brincar de faz de conta por volta dos dois anos de idade e esse tipo de brincadeira a acompanha por um bom período. Quem lembra o quanto eram gostosos esses momentos? Quem nunca correu pelo quintal cavalgando em seu mais lindo cavalo feito de vassoura? Ou colocou aquele tecido nas costas, transformando-se no mais forte herói para combater o crime? Depois crescemos. Essas e tantas outras experiências vividas na infância ficam guardadas como doces lembranças. Mas será que esse tipo de brincadeira tem algum significado e algum benefício nesta fase?  

O papel da brincadeira

Para entendermos melhor o papel dessa brincadeira dentro do universo infantil vamos compreender qual a concepção de criança. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil em seu Artigo 4º, entendem a criança como um:

“sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009)”.

Desse modo percebemos que a construção, o desenvolvimento e as aprendizagens dessa criança são consequências de associações dela com o meio em que vive, incluindo a exploração de objetos, a fantasia e o brincar.  Quando a criança chega aproximadamente aos 2 anos, ela utiliza símbolos, brincadeiras de faz de conta, há também um ponto significativo, o aparecimento da linguagem. Com ela, a criança pode reestruturar suas práticas anteriores em forma de narrativa. Surge também, nas brincadeiras de faz de conta ou jogo simbólico, a atribuição de diferentes significados a um objeto conforme sua necessidade. 

Ressignificação e interpretação do mundo

O jogo simbólico dentro das brincadeiras infantis proporciona à criança, ao representar um papel, a expressar sua capacidade de dramatizar. Essa representação baseia-se em uma referência de três diferentes imagens. A primeira pode ser de uma pessoa de seu meio, por exemplo, um familiar, professora ou amigo. A segunda, de uma personagem, de um livro, desenho ou filme. Por último, a de um objeto, que a criança passa a ressignificar. Uma bacia, em uma brincadeira, exerce a função de uma panela e, em outra, se transforma em um chapéu. Ao brincar com o simbólico, a criança é capaz de estabelecer mais associações sobre o modo de se relacionar com o mundo, com as pessoas ao seu redor e principalmente consigo mesma.  

Nessa brincadeira de faz-de-conta a criança interpreta o universo adulto, considerando suas necessidades e possibilidades. Passar por essas experiências proporciona aos poucos a compreensão de seu significado no mundo real. Ou seja, vivenciá-las lhe dará um suporte para encarar as dificuldades e conflitos em sua vida. 

O desenvolvimento da imaginação, da criatividade e da autonomia, a aproximação das crianças com as regras sociais, o suporte para resolução de conflitos e a capacidade de escolhas, irão estruturar um solo firme para a sua vida adulta.

Fabine Paim Dias Specian

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